quinta-feira, 2 de julho de 2009

A Oposição dos Judeus ao Evangelho

“... Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e vós não julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios” Atos 13: 46.


A primeira viagem missionária do apóstolo Paulo continua, depois de saírem da ilha de Chipre, chegam ao sul da região da Galácia, na Ásia Menor (hoje Turquia). Havia nessa região uma forte comunidade judaica, visto que uma sinagoga, só era constituída a partir de no mínimo onze homens e tinha muita influência na elite da cidade (v. 50). Paulo sempre desejoso de levar os seus patrícios à Cristo (Romanos 9: 2-3) inicia a evangelização por eles, Paulo e Barnabé se aproximam e esperam uma oportunidade para lhes comunicar Cristo. Com eles aprendemos que evangelização se dá quando os crentes se aproximam dos descrentes e não o inverso. Paulo e Barnabé foram até eles e como era prática comum no século I nas sinagogas haver um espaço para discurso por um membro, perguntaram se eles tinham alguma palavra, prontamente aproveitam para anunciar o Evangelho. No seu discurso, Paulo segue um método muito comum no livro de Atos e que deveria ser seguido por todos que querem apresentar o Evangelho de forma simples e objetiva: 1º Começa pela história de Israel, apontando alguns pontos importantes no Velho Testamento que mostram Deus preparando o caminho para a vinda do Messias (17-23); 2º Apresenta o testemunho de João Batista e sua convocação ao arrependimento e a fé naquele que estava por vir (24-26); 3º Apresenta a vida de Jesus, destacando a morte e toda a conspiração dos judeus, os quais por ignorância cumpriram as profecias do Velho Testamento ao entregarem Jesus aos romanos para ser executado (27-29); 4º Apresenta a divindade de Cristo confirmada pela ressurreição e pelas profecias, as quais são algumas citadas e explicadas (30-37); 5º Por fim, conclui, apelando para que cressem em Jesus para que seus pecados fossem perdoados, algo que jamais conseguiriam pela Lei de Moisés e adverte que se rejeitassem seriam considerados desprezadores de Deus, ou seja, rejeitar a Cristo era rejeitar àquele a qual diziam temer e também às Escrituras (38-41). Ao terminar, se apresentam os convertidos, judeus e gentios crêem e começam a ser discipulados por eles (43), certamente isso é feito ao longo da semana que separa o próximo sábado.
A oposição dos judeus, movidos por inveja e descrença se apresenta fortemente. No início, procurando impedir a pregação, fecham a sinagoga para o Evangelho e persuadem a elite local a expulsar Paulo e Barnabé da cidade. Apesar de terem êxito nisso, não conseguem impedir o crescimento dos crentes. Forma-se ali uma nova igreja local. Mas a oposição dos judeus não se restringia ao impedimento à pregação, mas tarde, quando percebem que não podem impedir a pregação, adotam outra estratégia. Ao se ler a Carta do apóstolo Paulo aos Gálatas, escrita alguns anos mais tarde, percebe-se que essa outra estratégia é a perversão do Evangelho. Paulo fica admirado de terem passado tão depressa do Evangelho da graça pregado por ele para outro evangelho ou um misto de evangelho e judaísmo (Gálatas 1: 6-7). Hoje, o inimigo de Deus continua utilizando a mesma estratégia: perseguição e perversão. A mais comum das perversões é o ensino de uma salvação através do merecimento dos homens ou “boas obras”, anulando assim a salvação pela graça por meio da fé. É impressionante que essa perversão pode até atingir crentes sinceros e verdadeiros, levando-os ao erro e muitos através deles, como, por exemplo, o apóstolo Pedro e Barnabé que confrontados por Paulo, tornaram-se repreensível, pois persuadidos pelos judeus, apoiavam essa outra mensagem, a qual se baseava na salvação pela obediência à Lei de Moisés. Paulo, indignado, reafirma a justificação por meio da fé em Cristo Jesus (Gálatas 2: 11-21). Paulo também não poupa a igreja desse desvio, pois os chama de: “Ó gálatas insensatos” (Gálatas 3: 1). Meus irmãos, assim como os gálatas, nós estamos também sujeitos às investidas do inimigo, o qual age pervertendo o Evangelho. Precisamos voltar ao estudo sistemático da Palavra de Deus. “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mateus 22: 29).

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