quinta-feira, 9 de julho de 2009

Apedrejado em Listra por Judeus de Antioquia e Icônio

ATOS 14


“Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças, para que, por meu intermédio, a pregação fosse plenamente cumprida, e todos os gentios a ouvissem; e fui libertado da boca do leão” (2º Timóteo 4: 17).



A primeira viagem missionária continua pela Ásia Menor, especificamente ao sul, conhecida por Galácia, estas igrejas mais tarde recebem do Apóstolo Paulo a Carta aos Gálatas. Nesse capítulo veremos a evangelização das cidades de Icônio e Listra. Em Icônio, como sempre, Paulo e Barnabé vão primeiro à sinagoga, mostrando sua contínua preocupação com seus patrícios (At.13: 46; Rm. 9: 2-5). Ali, por muito tempo (v. 3), tiveram mais liberdade para pregar e o fizeram com tamanha ousadia, que muitos creram. Interessante a ordem em que as coisas acontecem: 1º muitos convertidos; 2º muitos sinais. Isso mostra que a principal preocupação do evangelista é com a pregação, pois por ela vem a fé e não em curar as pessoas. Essa receptividade acompanhada da fé proporciona ao Apóstolo, segundo orientação do Senhor, realizar muitos sinas e prodígios, os quais confirmavam a pregação. Logo, toda a cidade estava alvoroçada a ponto de se dividir. Parece que os judeus tinham tanta influência na cidade que conseguiriam ultrajar e apedrejar os apóstolos, toda via, mais uma vez, eles fogem e o tumulto encerra. Mas a igreja continua.
Em Listra, cidade bastante antiga, a qual falava seu próprio idioma (v. 11) e que tinha uma crença na qual, segundo Ovídio, no passado os deuses Zeus, o principal dos deuses gregos e Hermes seu mensageiro, (no panteão latino: Júpiter e Mercúrio) tinham visitado a cidade em forma humana e que por não terem sido bem recebidos, puniram a cidade. Essa crença estava fortemente presente no povo. Quando Paulo e Barnabé chegam à cidade, começam a evangelização, provavelmente na praça, onde se concentrava o aleijado. Esse ouve atentamente a pregação de Paulo (v. 9) e mostra-lhe sua fé em Jesus. Diante disso, Paulo ordena que levante. É bom ressaltar o dom de cura concedido por Cristo aos Apóstolos, o qual era uma das credenciais do apostolado (2º Co. 12: 12). Esse dom proporcionava ao Apóstolo autoridade de ordenar a cura, diferentemente do que acontece hoje, quando oramos e pedimos ao Senhor que segundo sua vontade cure o enfermo. Oramos e suplicamos porque não temos o dom de curar. O Senhor, sendo o mesmo ontem e hoje, cura ou não, segundo seu propósito. A multidão, ao ver tamanho sinal, cega por sua crença, grita em sua própria língua: “Os deuses em forma de homens baixaram até nós” (v. 11) e procura honrá-los apropriadamente, trazendo-lhes sacrifícios e enfeites próprios daquelas divindades. Contudo, os apóstolos rejeitam com veemência, pois é contra essas crendices vãs que o Evangelho se apresenta, para libertar o povo da mentira de Satanás que escraviza o homem, tornando-o presa fácil. Encontramos nos versos 15 a 17 um resumo excelente do Evangelho, que deveria permear nossas pregações, para que nosso povo também seja liberto das suas crendices e que muitas vezes, quando a liderança não vigia, traz para a igreja e se mistura com o Evangelho. Depois de tudo contornado, os apóstolos ainda enfrentam a perseguição dos judeus e dessa vez, conseguem apedrejar Paulo a ponto de o considerarem morto. Que lição para nós! Tantas lutas, intrigas e dores, mas eles continuam firmes. Voltam às igrejas estabelecidas, fortalecem os irmãos e promovem a eleição de presbíteros. Esse processo eleitoral acontecia entre os crentes e estes votavam levantando as mãos. Lucas, o autor do Livro dos Atos, usa o verbo grego χειροτονέω (cheirotonéo) que é traduzido em muitas versões como eleição, essa palavra não apenas indica eleição, mas também o processo pelo qual a eleição é feita, isto é, levantando as mãos.
Depois de concluírem todo o planejamento, Eles voltaram à igreja que os tinha recomendado, na outra cidade chamada Antioquia, essa da Síria. (Havia 16 cidades com o nome de Antioquia. Um antigo imperador nos anos 280 a. C. deu o nome de seu pai e de seu filho, “Antíoco”, a elas). Eles relataram tudo o que aconteceu, trazendo grande alegria e motivação aos crentes. Mesmo diante de um impasse doutrinário, não recuaram, resolveram a questão (Atos 15) e já planejaram outra viagem missionária. Que igreja ativa! Vamos imitá-la?

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