sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A Defesa de Paulo Junto aos Gálatas

“Quero que vocês saibam, irmãos, que o evangelho anunciado por mim não tem sua origem no homem, nem o recebi nem o aprendi de algum homem, mas através da revelação de Jesus Cristo”. Gálatas 1:11-12 (tradução do autor).


Depois de alguns anos, após as igrejas da Galácia estarem estabelecidas. Surgiram, no meio delas, homens judeus, que vieram de Jerusalém, trazendo uma mensagem evangélica acrescida da Lei de Moisés. Destacavam principalmente certos ritos judaicos, que afirmavam, serem fundamentais àqueles que quisessem pertencer ao povo de Deus. Essa mensagem “judaico-cristã” estava diretamente confrontando com a boa nova trazida por Paulo a eles anteriormente, pela qual tinham, mediante fé, crido e sido salvos.
Paulo, surpreso pelos gálatas terem recebido essa mensagem diferente, decide escrevê-los apresentando uma defesa de sua mensagem evangélica. Essa apologia é estabelecida a partir de argumentos que poderiam ser atestados pelos próprios gálatas. Paulo apresenta seis argumentos numa ordem cronológica que correspondem também ao seu proceder ao longo de seu ministério.
O primeiro argumento apresentado por Paulo refere-se à origem de sua mensagem, levemente ele lembra aos gálatas a forma como sucedeu seu chamamento por Cristo e conseqüentemente seu doutrinamento. Ele foi ensinado por inspiração proveniente do próprio Cristo. Dos lábios do Cristo ressurreto, ele aprendeu o Evangelho (vv. 11-12).
O segundo argumento utiliza a transformação operada naquele que outrora era perseguidor da igreja e defensor violento da Lei de Moisés. Com isso, ele fortalece a ruptura da Lei como uma revelação divina. Tendo enorme zelo pela Lei de Moisés a ponto de se destacar entre os de sua idade pela forma radical e irredutível com que a defendia, Paulo apresenta a renovação de sua mente da Lei para a Graça como uma demonstração da superioridade do Evangelho da graça de Deus, o qual eficazmente operou em sua vida e conseqüentemente em sua crença (vv. 13-14).
O terceiro argumento mostra sua independência dos apóstolos em Jerusalém (os doze) e de outros cristãos, os quais poderiam ter-lhe ensinado. Contudo, a boa nova que anunciava não ficava devendo nada àquela pregada pelos doze apóstolos. Isso constituía uma prova cabal de que o mesmo Senhor que revelara aos doze o Evangelho é também aquele que revelou as doutrinas cristãs a Paulo (15-17).
O quarto e o quinto argumentos são empíricos. Paulo, em duas ocasiões, visitou Jerusalém e esteve com os apóstolos e com os presbíteros e afirma que eles não viram necessidade de acrescentar nada à mensagem evangélica de Paulo. Na primeira visita o tempo de permanência com Pedro seria curto para um aprendizado suficiente. Na segunda visita, aqueles que eram considerados “colunas” da igreja entenderam que, de fato, o Senhor Jesus tinha estado com Paulo, visto que o conjunto das doutrinas que pregava coadunava-se com aquela pregada por eles. Diante dessa averiguação, os próprios apóstolos e presbíteros de Jerusalém ratificaram o ministério de Paulo, quando publicamente manifestaram comunhão com ele (1:18-2:10).
O sexto argumento é baseado num incidente ocorrido em Antioquia envolvendo Pedro. Naquela ocasião Pedro e Barnabé foram persuadidos pelos cristãos “judaizantes” que era necessário acrescentar ao evangelho os ritos judaicos contidos na Lei de Moisés. Paulo resistiu a esses ensinos e declara que ele e os demais judeus cristãos sabiam que “o homem não é justificado por obras da Lei, e, sim, mediante a fé em Cristo Jesus” (2:15-16). Fica evidente que todos envolvidos no debate foram convencidos pelo argumento de Paulo que a salvação é exclusivamente pela graça de Deus mediante a fé (2:11-21).
Diante disso, somente restava aos gálatas reconhecerem que a mensagem anunciada por Paulo era, de fato, o Evangelho genuíno revelado por Jesus Cristo, poderoso para salvar o mais vil pecador, nos quais os gálatas se enquadravam. Glória a Deus pelo Evangelho da graça de Deus!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Há Esperança

“Para a árvore pelo menos há esperança: se é cortada, torna a brotar, e os seus renovos vingam. Suas raízes poderão envelhecer no solo e seu tronco morrer no chão; ainda assim, com o cheiro de água ela brotará e dará ramos como se fosse muda plantada. Mas o homem morre, e morto permanece; dá o último suspiro e deixa de existir”. Jó 14. 7-10 (NVI).


“Na terra de Uz vivia um homem chamado Jó. Era homem íntegro e justo; temia a Deus e evitava fazer o mal”. Assim começa o livro de Jó. Apresentando seu personagem principal e descrevendo suas principais características. Contudo, o livro finaliza apresentando as palavras de Jó sobre si mesmo, as quais dizia: “... Menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42: 6). Diante disso, podemos perceber como Jó compreende, ao longo das suas amargas experiências, quem ele realmente é aos olhos de Deus. Sua história vai conduzi-lo a uma profunda percepção de sua humanidade caída. Ao longo do livro, Jó vai apresentar seus questionamentos a respeito do por quê está sofrendo tanto, sua vida íntegra não condizia com seus sofrimentos, seus amigos também não conseguem entender a razão de tanta desgraça e questionam a Jó a respeito de sua santidade, pois não era natural que um justo sofresse tanto, por isso, talvez, houvesse algo de errado na vida de Jó que ele não estava revelando.
Sem compreender exatamente o por quê estava sofrendo, Jó começa a reclamar com Deus sua desgraça. Jó não vê para si uma saída, começa a se conformar com sua desventura e num tom de lamentação começa a invejar a árvore. Sua lamentação aponta para um certo desnivelamento entre o homem, obra prima da criação divina, e a natureza, obra secundária na criação divina. Então exclama: como pode uma árvore ter a possibilidade de restauração, visto mesmo depois de morta, poder brotar e reviver e mesmo sendo velha poderá ser renovada, enquanto o homem não tem esperança! Na angústia de Jó, ele estava completamente cego a respeito dos propósitos de Deus para o homem. As palavras de Jó, nesse momento de tamanha angustia, não podem ser entendidas como normas divinas a respeito da finalidade da vida humana, pois são ditas num momento de desespero. Mas Deus não poderia deixar tais palavras insensatas sem resposta, por isso retrucará da seguinte maneira: “Quem é esse que obscurece o meu conselho com palavras sem conhecimento?” (Jó 38: 2). Deus fica indignado com aquele que por não compreender o por quê de seus sofrimentos, vocifera palavras insanas contra os propósitos de Deus a respeito de sua criação e pergunta: “Aquele que contende com o Todo-poderoso poderá repreendê-lo?” (Jó 40: 2a). Jó precisava entender que sua visão a respeito dos fatos era limitada, Jó precisava confiar na forma de Deus agir. “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor” (Isaías 55: 8). Jó precisava descansar em Deus.
Depois de algum tempo a esperança de Jó foi revivida. Mesmo que ainda estivesse na angustia, que não conseguisse ver uma restauração de sua vida; contudo, sua esperança nos planos eternos de Deus começa alimentar sua alma. Jó ainda sem esperança a respeito das coisas deste mundo expressa então sua grande expectativa eterna de saber que seu redentor vive e que por fim se levantará sobre a terra e depois, revestido seu corpo, veria a Deus (Jó 19: 25-26). Assim Jó começa a entender que Deus estava trabalhando no seu coração para que ele entendesse que a vida não consiste apenas nas coisas temporais e por fim Jó vai declarar que compreende sua verdadeira miséria e que só Deus é justo. Depois de tudo que passou, Jó pôde afirmar que agora conhecia, de fato, quem era Deus.
Da mesma maneira nós, quando conhecemos verdadeiramente quem é Deus, podemos compreender que somos pó e cinza. Aí então, buscaremos o Salvador, que é Cristo o Senhor.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A Apostasia dos Gálatas

“Estou impressionado que tão rapidamente vocês estão afastando-se daquele que lhes chamou na graça, para outro evangelho”. Gálatas 1: 6. (Tradução do autor).



Alguns poucos anos após o apóstolo Paulo ter iniciado a evangelização da Galácia (1ª e 2ª viagem missionária), ele fica sabendo que os gálatas, influenciados por falsos mestres, estavam se afastando do Evangelho da graça de Cristo. Essa alteração se dava a partir da persuasão de falsos irmãos que procuravam convencê-los que para ser salvo era necessário, além da fé em Cristo, observar os ritos e preceitos da Lei de Moisés. Ao longo da Carta, Paulo procurará trazê-los de volta ao Evangelho de fato, visto não se poder chamar de Evangelho qualquer outra mensagem que seja diferente daquela pregada pelos apóstolos. Qualquer mensagem que aumente ou diminua o Evangelho não pode ser recebida como tal, não importa se até mesmo o mensageiro vier do céu. É importante observarmos que Paulo fala, num sentido hipotético, de um possível mensageiro vindo do céu e não vindo da parte de Deus. É evidente que céu não tem o sentido de morada de Deus. Diante disso, Paulo afirmará que não pode haver variação do Evangelho, se for diferente, então não é o Evangelho. Assim, o que estava sendo recebido pelos gálatas não era o Evangelho.
Antes de re-estabelecer o conceito do Evangelho, Paulo vai apontar a apostasia, isto é, o afastamento de Deus. Os gálatas estavam longe de Deus, isto se dava pelo fato de estarem rejeitando a graça de Deus. A graça é o ponto central do Evangelho, excluir a graça ou misturá-la com os méritos humanos é, de fato, uma alteração tão brusca das boas novas de Deus que jamais poderá ser classificada como Evangelho, será qualquer outra coisa menos o Evangelho. Assim, qualquer pessoa que receba um “evangelho” mutilado da graça estará crendo em vão, pois tal “evangelho” não poderá salvá-lo, “Porque pela graças sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef. 2: 8).
Assim como a graça é o fundamento do Evangelho, também o é a ressurreição de Cristo e a ressurreição dos que dormem em Cristo na sua vinda. Por isso o mesmo princípio é estabelecido por Paulo na 1ª Carta ao Coríntios 15: 2, que se excluírem a ressurreição do Evangelho, a fé dos que crerem nessa aberração será vã, isto é, ineficaz, não trará salvação. Daí o peso que está sobre os que receberam o Evangelho da graça de Deus de anunciar o Evangelho a todos, visto não ignorarmos que uma mensagem mutilada do Evangelho também é anunciada nos nossos dias.
A preocupação de Paulo se torna evidente quando ele enfatiza a necessidade de estarmos atentos a qualquer um que anuncie um “evangelho” diferente daquele que encontramos nas Cartas Apostólicas (N.T.). Para que não sejamos confundidos, precisamos seguir o exemplo dos crentes da cidade de Beréia (Atos 17: 11) que examinavam tudo que lhes era ensinado por Paulo, conferindo no V.T. as referências a respeito de Cristo e de sua morte e ressurreição. Também não podemos ignorar a maldição que está sobre todo aquele que levar ao povo um “evangelho” diferente daquele estabelecido pelos apóstolos (N.T.). Paulo ainda ressalta a possibilidade de alguém que tendo anunciado o Evangelho com fidelidade, passar a transmitir uma mensagem deturpada, por isso Paulo diz: “... ainda que nós... pregue evangelho diferente... seja maldito” (Gl. 1: 8).
Portanto, a Carta aos Gálatas é atualíssima no sentido que enfrentamos as mesmas situações que os gálatas enfrentaram, isto é, líderes “cristãos” que insistem em anunciar uma mensagem desprovida do Evangelho da graça de Deus, arrastando milhões à condenação, como disse Jesus: “Cego guiando cego, ambos cairão no abismo”.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Aos Gálatas

A Libertação da Influência do Mundo Maligno

“A vós graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo, o qual se ofereceu voluntariamente a si mesmo pelos nossos pecados, para nos libertar deste presente século maligno, segundo a vontade de Deus, nosso Pai”. Gálatas 1: 3-4. (Tradução do autor).


A Carta aos Gálatas inicia com uma breve defesa de Paulo a respeito de sua autoridade apostólica. Ele faz questão de afirmar que sua chamada ao apostolado não se deu por um concílio de homens, mas por uma chamada direta do Senhor Jesus ressurreto dentre os mortos. Uma vez que sua mensagem estava sendo questionada, bem como sua autoridade de apóstolo. Paulo procurará lembrar aos gálatas que a experiência deles ao ouvir a pregação do Cristo crucificado foi uma evidência bastante clara do poder transformador do Evangelho da graça que tinham ouvido da parte dele. Isso seria uma das muitas evidências que ratificava sua mensagem. Os gálatas precisavam, de modo sensato, observar que a libertação operada neles foi a partir da fé na pregação de Paulo que tinha como ponto principal a morte de Jesus Cristo como pagamento pelos nossos pecados e a libertação do poder do pecado na vida deles. O poder que agora experimentavam sobre o pecado era uma conseqüência direta da ação do Espírito Santo nos seus corações a partir da fé e não do esforço de se enquadrar num conjunto de leis e regras constituídas de rituais, tal como a circuncisão e outros mais, na tentativa de purificar-se pela ação ritual constituída por uma obediência cega, própria daqueles que não são livres ou não são maduros ou não têm o Espírito Santo que os possa guiar. Os gálatas precisavam lembrar que experimentaram todo o processo de uma nova vida antes mesmo de conhecerem a Lei de Moisés. Isso, eles não poderiam negar.
No v. 4, Paulo inicia uma exposição bastante objetiva do propósito da morte de Cristo. Primeiramente, ele diz que Cristo se entregou para morrer voluntariamente, o verbo dídomi (oferecer, dar) traz a idéia de voluntariedade, aquilo que é oferecido sem uma razão obrigatoriamente pré-estabelecida. Com isso Paulo lembra as palavras do Senhor Jesus “Por isso o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para reassumi-la. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou...” (João 10: 17-18). O objetivo primário dessa expiação voluntária é o perdão de todos os nossos pecados, o quê nos possibilitará estar eternamente em comunhão com Deus, salvos eternamente, pois todos os nossos pecados foram punidos em Cristo, “...o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele...” (Isaías 53:5). Contudo, os gálatas precisavam lembrar também que a salvação não tem apenas implicação eterna ou pós-morte, mas que ela afeta diretamente nossa vida neste mundo. A salvação tem um aspecto que não pode ser ignorado, isto é, ela produz uma libertação da influência maligna deste sistema mundano governado por Satanás, o príncipe deste mundo que atua nos filhos da desobediência (Efésios 2: 2). Essa libertação é operada por Cristo ao nos extrair do domínio do pecado, “...o pecado não terá domínio sobre vós...” (Romanos 6: 14). Ao sermos salvos por Cristo pela fé, temos a libertação do poder do pecado; logo, tentar purificar-se pela obediência a Lei de Moisés caracterizará uma evidente tentativa de justificação e com isso se dirá que a Obra de Cristo não foi suficiente para efetuar uma purificação eficaz, também significará que ainda somos escravos do pecado e estamos sob a maldição, pois transgredir um mandamento da Lei constitui condenação total.
Em segundo lugar, além de ao longo da Carta, ele argumentar que a Lei teve um propósito provisório e que seu fim estava pré-determinado. E para convencê-los ele utilizará a ilustração em que comparará a Lei a um escravo que durante um tempo pré-estabelecido exerce uma autoridade pedagógica sobre o filho do senhor. Assim também, ao falar da influência maligna deste mundo, ele diz que essa influência é provisória, não durará para sempre, apenas um “século”, com a palavra “século”, ele quer dizer um período de tempo caracterizado por certo modo de vida e não uma medida temporal de cem anos.
Por fim, Paulo conclui o pensamento introdutório da Carta aos Gálatas, glorificando a Deus por sua vontade de não apenas salvar-nos eternamente, perdoando todos os nossos pecados, mas também nos conceder a graça de podermos viver uma vida plena de liberdade. A vontade de Deus foi de antemão preparar um povo zeloso e de boas obras (Efésios 2: 10), que tivesse uma vida vitoriosa contra o pecado, completamente livre da influência maligna deste mundo perverso.

terça-feira, 18 de maio de 2010

A Importância da Família

“Jesus, porém, não lho permitiu, mas ordenou-lhe: vai para tua casa, para os teus, anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti”. Marcos 5.19.


A vida do endemoninhado geraseno nos mostra o quanto é possível que alguém se afunde no pecado a tal ponto que todos que estão a sua volta se afastem. Marcos nos relata que a família do geraseno, seus amigos e todos os cidadãos daquela terra não conseguiam se relacionar com ele. Por isso ele chegou a morar entre os mortos. Como alguém chega a uma situação dessa? É evidente que isso não aconteceu de uma hora para outra, certamente foi um processo longo que culminou nessa situação. Podemos deduzir que primeiro ele foi uma ameaça para sua família, ninguém conseguia conviver com ele; depois se tornou uma ameaça aos amigos e por fim à sociedade. Todos procuravam neutralizá-lo, mas ninguém conseguia. Além de tirar a paz dos outros, ele também não tinha paz: “Andava sempre, de noite e de dia, clamando por entre os sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras”. Assim é a vida de quem não tem paz: não tem bons relacionamentos, não consegue dormir, fere os outros e a si mesmo.
Mas um dia, Jesus foi àquela região, e o geraseno não perdeu a chance de mudar sua história. Aproximou-se de Jesus como estava, sem receio ou vergonha, corre na direção de Jesus e O adora.Vendo a sua miséria e seu desejo de mudança, Jesus faz aquilo que ninguém naquela circunstância faria. Jesus lhe mostra amor e acima de tudo, Jesus mostra seu poder e liberta aquele homem dos demônios que o dominavam. Depois de experimentar o poder transformador de Jesus, aquele homem se torna um homem dócil, sereno, equilibrado e em perfeita paz aos pés de Jesus. Agora, ele está disposto a seguir Jesus, num sentido mais restrito, ele queria acompanhar Jesus, ou seja, estar ao seu lado para servir, talvez para realizar pequenas tarefas que trouxessem satisfação a Jesus, diante de tamanha gratidão, esse era o desejo do novo geraseno.
Contudo, acontece algo interessante. Jesus mostra àquele homem que servir a Cristo é anunciar a Sua Salvação, é testificar as pessoas aquilo que Jesus lhe fez, é levar a Palavra da Salvação a todas às pessoas. Jesus lhe mostra que ele deveria começar pela sua família, deveria voltar-se para ela, deveria restaurá-la, a comunhão deveria ser re-estabelecida. Então Jesus lhe diz: “Vai para tua casa, para os teus...”. A importância da família, dos laços familiares é aqui manifesta pelo nosso Senhor.
Meu caro leitor, como andam seus relacionamentos familiares? Você tem tido, de fato, plena paz? Jesus Cristo é o único que pode transformar sua vida, libertá-lo dos seus pecados e lhe dar uma esperança eterna por meio de seu sacrifício expiatório. Arrependa-se dos seus pecados e vá a Jesus e Ele lhe salvará.

terça-feira, 6 de abril de 2010

A Palavra da Cruz

“Certamente a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” (1Co. 1.18).


Infelizmente a cruz não traz mais a imagem de horror que representava no século I, qualquer romano que visse a cruz, ou mesmo um desenho dela, lembraria do horror de morte que ela suscitava. O que se dizer da mensagem da cruz? Estaria ela ainda trazendo ao ouvinte o horror da morte? Estaria nos fazendo compreender plenamente o preço que representou para Jesus enfrentá-la no nosso lugar? Assim como ainda nas primeiras décadas da igreja, os crentes de Corinto estavam deixando de lado a mensagem da cruz, pois ela não era nem um pouco atrativa aos ouvintes contemporâneos. Quem estaria disposto a ouvir ou mais a seguir um homem que foi crucificado na cruz, um instrumento de execução reservada aos piores e mais desprezíveis criminosos? Assim também hoje, a mensagem da cruz tem sido suavizada diante de muitos. Precisamos reviver a mensagem da cruz, precisamos voltar a dizer ao homem que “todos pecaram e estão separados de Deus”, que “o salário do pecado é a morte, mas o presente gratuito de Deus é a vida eterna por Jesus Cristo, nosso Senhor”. Essa tão grande salvação é oferecida ao homem porque Jesus pagou o preço dos nossos pecados naquela cruz. Precisamos lembrar que nós a merecíamos, mas Jesus nos substituiu nela. Quanto maior for nossa identificação com a cruz de Cristo, maior será nossa gratidão, maior será nosso esforço para vencer o pecado, pois saberemos plenamente o que os nossos pecados representaram para Cristo no Gólgota.
A mensagem sobre um homem que foi crucificado e ressuscitou ao terceiro dia é loucura para os que se perdem. De fato, não faz sentido racionalmente, nem mesmo demonstra poder. Daí os “gregos” e os “judeus” a rejeitarem. Uns buscam uma explicação racional para justificar a razão da existência humana, outros buscam uma demonstração sobrenatural de poder. A cruz não os satisfaz. Esses dois grupos atravessaram o tempo e hoje ainda podemos vê-los, mas infelizmente a Palavra de Deus os classifica como os que se perdem. A mensagem da cruz é sabedoria, pois revela o amor imensurável de um Deus gracioso; a mensagem da cruz é poder, pois traz ao mais vil pecador uma transformação de caráter, de sentido de vida inexplicáveis. A sabedoria de Deus pressupõe a ruína total dos esforços humanos para conhecê-Lo e apresenta um caminho de graça que inicia com uma profunda consciência de miséria, passa por um arrependimento profundo de pecados e conduz o homem a plena paz na certeza que todos os seus pecados foram castigados em Jesus. A partir daí o homem é transformado à imagem de Cristo, pois passa a ter a mente de Cristo.
Até que ponto a palavra da cruz tem tido, de fato, parte em nossa vida? Até que ponto o Cristo crucificado e ressurreto tem moldado o nosso viver? Até que ponto Ele tem sido visto em nós? Que a cada dia possamos lembrar a sua cruz e dizer com toda a profundidade merecida “eu aqui com Jesus, a vergonha da cruz, quero sempre levar e sofrer”.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Quando a Fé Some

“E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro; eles o despertam e lhe dizem: Mestre, não te importa que pereçamos!” Marcos 4. 38.



Há muitos momentos na nossa vida que a nossa fé fica tão pequena que parece que sumiu. Não pense que isso só acontece com você, todos os discípulos passam por esses momentos difíceis. No episódio em que Jesus acalma a tempestade, vemos os discípulos demonstrando uma ausência de fé naquele que estava com eles e era poderoso para socorrê-los. A situação estava assustadora, tiveram um dia exaustivo de trabalho, e então, voltavam para casa tarde da noite atravessando o mar que, de repente, ao que parece, levantou-se um grande temporal e eles assustados e sabendo que o barco ia afundar, tentavam de várias maneiras controlá-lo. Ao perceberem que não conseguiriam, se convenceram que era o fim. Chocados com a “indiferença” de Jesus que dormia enquanto lutavam contra o mar revolto, fazem uma afirmação impressionante que, desta vez, choca Jesus, isto é, pensaram que Jesus não se importava se pereceriam ou não e então afirmam: mestre, não te importa que pereçamos! Observe que eles não estavam fazendo uma pergunta, eles estavam afirmando que o mestre não se importava com o destino deles. Foi exatamente essa afirmação exclamativa que chocou Jesus que se levanta, repreende a tempestade e em seguida censura-lhes a falta de confiança nEle. Jesus não esperava que eles repreendessem a tempestade e acalmassem o mar, pois isso é algo que somente Deus pode fazer, por isso quando a tempestade se acalma, eles perguntam entre si: “quem é esse que até o vento e o mar lhe obedecem?”. Mas Jesus esperava que mostrassem confiança nEle e que nunca pensassem que Jesus ficaria indiferente às necessidades deles. Creio que a censura se deu porque ao invés de pedir a Jesus que os socorresse, se convenceram que Jesus não “poderia” fazer nada para mudar a situação a não ser aquilo que qualquer homem faria nessa hora, lutar com seus braços contra a tempestade.
Será que, às vezes, não agimos dessa forma? No meio de uma grande “tempestade”, lutamos com todas as nossas forças para vencê-la e esquecemos que no nosso “barco” tem alguém que pode nos socorrer e acalmar a “tempestade?” Ou pensamos que Jesus não nos ajudará, visto sermos tão pecadores e muitas vezes tão infiéis? O que Jesus espera de nós é a confiança nEle, pois ”sem fé é impossível agradar a Deus”.
Portanto, não sejamos tímidos na nossa fé, sejamos firmes e inabaláveis, sabendo que o nosso Senhor Jesus está conosco até a consumação dos séculos e nos ama e se interessa pela nova vida, cheguemos a Ele com coração contrito e cheio de fé em oração, pois Ele cuida de nós. Aleluia!