sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Há Esperança

“Para a árvore pelo menos há esperança: se é cortada, torna a brotar, e os seus renovos vingam. Suas raízes poderão envelhecer no solo e seu tronco morrer no chão; ainda assim, com o cheiro de água ela brotará e dará ramos como se fosse muda plantada. Mas o homem morre, e morto permanece; dá o último suspiro e deixa de existir”. Jó 14. 7-10 (NVI).


“Na terra de Uz vivia um homem chamado Jó. Era homem íntegro e justo; temia a Deus e evitava fazer o mal”. Assim começa o livro de Jó. Apresentando seu personagem principal e descrevendo suas principais características. Contudo, o livro finaliza apresentando as palavras de Jó sobre si mesmo, as quais dizia: “... Menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42: 6). Diante disso, podemos perceber como Jó compreende, ao longo das suas amargas experiências, quem ele realmente é aos olhos de Deus. Sua história vai conduzi-lo a uma profunda percepção de sua humanidade caída. Ao longo do livro, Jó vai apresentar seus questionamentos a respeito do por quê está sofrendo tanto, sua vida íntegra não condizia com seus sofrimentos, seus amigos também não conseguem entender a razão de tanta desgraça e questionam a Jó a respeito de sua santidade, pois não era natural que um justo sofresse tanto, por isso, talvez, houvesse algo de errado na vida de Jó que ele não estava revelando.
Sem compreender exatamente o por quê estava sofrendo, Jó começa a reclamar com Deus sua desgraça. Jó não vê para si uma saída, começa a se conformar com sua desventura e num tom de lamentação começa a invejar a árvore. Sua lamentação aponta para um certo desnivelamento entre o homem, obra prima da criação divina, e a natureza, obra secundária na criação divina. Então exclama: como pode uma árvore ter a possibilidade de restauração, visto mesmo depois de morta, poder brotar e reviver e mesmo sendo velha poderá ser renovada, enquanto o homem não tem esperança! Na angústia de Jó, ele estava completamente cego a respeito dos propósitos de Deus para o homem. As palavras de Jó, nesse momento de tamanha angustia, não podem ser entendidas como normas divinas a respeito da finalidade da vida humana, pois são ditas num momento de desespero. Mas Deus não poderia deixar tais palavras insensatas sem resposta, por isso retrucará da seguinte maneira: “Quem é esse que obscurece o meu conselho com palavras sem conhecimento?” (Jó 38: 2). Deus fica indignado com aquele que por não compreender o por quê de seus sofrimentos, vocifera palavras insanas contra os propósitos de Deus a respeito de sua criação e pergunta: “Aquele que contende com o Todo-poderoso poderá repreendê-lo?” (Jó 40: 2a). Jó precisava entender que sua visão a respeito dos fatos era limitada, Jó precisava confiar na forma de Deus agir. “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor” (Isaías 55: 8). Jó precisava descansar em Deus.
Depois de algum tempo a esperança de Jó foi revivida. Mesmo que ainda estivesse na angustia, que não conseguisse ver uma restauração de sua vida; contudo, sua esperança nos planos eternos de Deus começa alimentar sua alma. Jó ainda sem esperança a respeito das coisas deste mundo expressa então sua grande expectativa eterna de saber que seu redentor vive e que por fim se levantará sobre a terra e depois, revestido seu corpo, veria a Deus (Jó 19: 25-26). Assim Jó começa a entender que Deus estava trabalhando no seu coração para que ele entendesse que a vida não consiste apenas nas coisas temporais e por fim Jó vai declarar que compreende sua verdadeira miséria e que só Deus é justo. Depois de tudo que passou, Jó pôde afirmar que agora conhecia, de fato, quem era Deus.
Da mesma maneira nós, quando conhecemos verdadeiramente quem é Deus, podemos compreender que somos pó e cinza. Aí então, buscaremos o Salvador, que é Cristo o Senhor.

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