terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Davi Perseguido

1º Samuel 18: 7-9, 17; 19: 10-12; 23: 14-17; 24: 1-12; 26: 1-25


Por que Saul e Jônatas reagiram de forma diferente ao salvamento realizado por Davi na vitória sobre Golias? A resposta a essa pergunta é a mesma que poderíamos dar hoje quando vivemos uma situação semelhante, seja no lugar de Davi, seja no lugar de Saul. Afastamento de Deus é a razão. A vida de Saul estava completamente fora dos propósitos do Senhor, seu objetivo não era fazer a vontade de Deus, mas a sua própria. O reino de Deus era o seu próprio reino, seu coração estava longe do Senhor.
Uma das grandes lições que podemos aprender nessa passagem está no fato de que mesmo realizando a Obra de Deus segundo sua vontade, não estaremos livres das investidas daqueles que deveriam também buscar o interesse do Senhor na sua Obra. Saul representa muitos que estão na liderança do povo de Deus, mas não querem fazer a vontade de Deus. Já estabeleceram seu próprio método baseado em suas idéias e não estão dispostos a aceitar outro que deseje fazer a Obra do Senhor, pois o vê como uma ameaça a seu “reino”, a seu “domínio”. Precisamos entender que a Obra do Senhor pertence ao Senhor, nós somos apenas servos e conservo de tantos outros que também amam o Reino de Deus e querem servi-lo também com todo o coração. Quantos servos do Senhor testificam que suas maiores dificuldades estão no relacionamento com outros servos no serviço do Senhor. Poderíamos dizer sem medo de errar que Saul constituiu-se como o maior inimigo de Davi, maior até mesmo que os filisteus. Seria diferente hoje? Não. Diante disso, vemos em Davi a postura correta do homem de Deus, daquele que ama o Senhor e deseja fazer tudo segundo a vontade de Deus.
1º. Mesmo tendo um inimigo do mesmo lado, Davi não perdeu o foco de sua batalha, não deixou de enfrentar os inimigos do povo de Deus para se concentrar em Saul. Davi entendia o propósito para o qual Deus o levantou no meio de seu povo. Meus irmãos, não podemos esquecer o propósito de nossa chamada: “anunciar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. Quantos irmãos estão gastando suas energias e saúde numa luta entre si, quando na realidade deveriam ocupar-se com a conquista de almas para o Reino de Deus. Davi nos lembra as palavras de Paulo em Efésios 6: 12, “porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e, sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes”. Os espirituais serão reconhecidos pelas atitudes semelhantes e entregarão os seus “inimigos” na mão do Senhor, que no devido tempo tratará deles, assim como tratou de Saul.
2º. Mesmo tendo Davi a “justificação” de seus companheiros para destruir Saul, o qual não pensaria duas vezes se tivesse a mesma oportunidade. Davi entendia que Deus era soberano sobre todas as coisas. A doutrina da soberania de Deus deveria nos moldar o comportamento e não apenas servir para justificar nossas omissões. Davi tem o seu comportamento moldado por ela e diz: “Tão certo como vive o Senhor, este o ferirá, ou o seu dia chegará a que morra, ou em que descendo à batalha seja morto. O Senhor me guarde, de que eu estenda a mão contra o seu ungido” (26:10,11). É bom lembrarmos que hoje, no tempo da graça e da igreja, todos os crentes são ungidos pelo Senhor e não apenas um suposto clero. Deus fez de Saul rei de Israel e somente Deus teria o direito de afastá-lo. Davi pacientemente esperou Deus agir e confirmar sua unção como rei de Israel. Enquanto isso realizava a obra do Senhor à medida que vinha a suas mãos, que exemplo temos para seguir!
Em Romanos 12: 9-21 vemos as características do homem espiritual, o qual Davi se assemelha. Durante todo o relacionamento de Davi com Saul vemos essas ações estampadas em Davi, quantas vezes pôs brasas vivas sobre a cabeça de Saul e no final venceu o mal com o bem. Que na igreja de Cristo sobressaiam homens como esse!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O Natal de Jesus

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. Isaías 9: 6.


Isaías, o profeta que viveu no século VIII a.C., foi um dos que mais profetizou acerca do Messias prometido. Sua descrição do nascimento e morte de Cristo é minuciosa. E para que não se diga que seu livro foi escrito posteriormente a Cristo, descobriram-se os Manuscritos do Mar Morto que atestam que tais palavras foram escritas num período anterior a Cristo. Nesse versículo em destaque, podemos aprender muitas coisas a respeito de Cristo: 1º Maravilhoso vai apontar para sua grandeza, Ele seria o maior homem que já viveu em todos os aspectos, em santidade, poder, virtude, amor; 2º Conselheiro vai apontar para sua sabedoria, seus ensinos são vida, caminho de salvação para que o seguir; 3º Deus Forte, fala da sua divindade, seu poder sobre todas as coisas. Capaz de criar e transformar qualquer coisa pela palavra de sua boca; 4º Pai da Eternidade, sendo ele apresentado por João no Apocalipse como Alfa e ômega, o atributo fundamental da divindade está nele, eternidade, sem começo e nem fim. Aquele que subsiste para sempre; 5º Príncipe da Paz indica seu principal propósito, trazer paz às partes em conflito, isto é, Deus e o homem. O pecado separou o homem de Deus, agora em Cristo o homem pode ser reconciliado a Deus, pois nele todos os seus pecados podem ser perdoados.
Todas essas características de Cristo, antecipada por Isaías, podem se tornar reais em sua vida, todos nós precisamos de Jesus, sem ele não há salvação eterna, sem ele não há paz com Deus, sem ele não há segurança. O pecado só traz infelicidades, o seu jugo leva à morte. Mas Cristo veio trazer libertação, paz, alegria e plena felicidade. Hoje você pode entregar sua vida a Cristo verdadeiramente, aproveite para rever sua história, seu futuro. Pra onde irás? Qual é a razão do seu viver? O que você está construindo?
Disse Jesus: Venham a mim todos os que estão cansados e sobrecarregados e eu os aliviarei, tomai sobre si o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração e acharão descanso para suas almas. Comece um novo ano como discípulo de Jesus, discípulo significa aluno. Você deseja aprender de Jesus? Assim terá um feliz natal de Cristo em seu coração.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Davi versus Golias

1º Samuel 17: 10, 11, 21-24, 32-58


Antes de entendermos as aplicações espirituais da batalha entre Davi e Golias, é importante considerarmos alguns fatos culturais que nos ajudarão a compreender melhor essa história. 1º Na antiguidade era comum os exércitos se perfilarem (17: 21) e proporem uma batalha entre dois heróis, os quais representariam os exércitos, o vencedor determinaria a vitória de seu exército (17: 8-10); 2º Os povos criam que suas batalhas eram travadas pelos seus deuses num âmbito mais elevado e que seus exércitos eram apenas peças nessas batalhas, o deus mais forte determinaria a vitória de seu povo(17: 26); 3º Na antiguidade, o rei era o representante de Deus, ele deveria ser o soldado número um, aquele mais poderoso dentre todos, que deveria, em nome de Deus, defender seu povo, pois era o escolhido, o mais piedoso dentre todos (10: 1, 6, 23, 24); 4º O exército de Israel era composto de voluntários, cada um providenciava seu próprio alimento e armamento (17: 17).
Saul, rei de Israel naquele momento, tinha sido rejeitado pelo Senhor por causa da sua desobediência, ele sabia que o Senhor não estava mais com ele, por isso diante dessa situação, a qual ele deveria enfrentar Golias, o herói filisteu, não tinha fé. Golias, em nome do seu deus, desafiava o Deus de Israel, confiado na sua destreza, blasfemava e desafiava o exército do povo de Deus. Mas assim como Deus enviou seu filho ao mundo, Jessé envia Davi ao campo de batalha para visitar e prover seus irmãos. Lá, o homem de Deus, o verdadeiro rei de Israel, já ungido por Samuel, assume seu papel como líder do povo de Deus. Sua fé é desafiada, e ele a mostra diante de todos ao enfrentar uma luta a qual jamais poderia vencer sem a ajuda do Senhor. Davi, como se acreditava, era apenas uma peça nas mãos de Deus, mas tal atitude só poderia ser tomada por aquele que realmente tivesse fé, pois Golias era muito forte.
O crente também está numa guerra, muitos Golias se apresentam para desafiar-nos, afastar-nos de Deus. A Palavra de Deus nos fala sobre três grandes inimigos: Satanás, o pecado, que leva à morte e a carne. Jamais poderemos vencê-los confiados na nossa força, mas com fé seremos mais que vencedores por meio daquele que nos amou. Por isso a Palavra de Deus nos adverte que o “justo viverá por fé” e mais, “esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” (1º João 5: 4). Em primeiro lugar para reconhecer a existência desses inimigos é necessário confiar (ter fé) no que a Bíblia diz; segundo, para vencê-los é necessário usar as armas que o Evangelho apresenta, as quais são: a Verdade, a Justiça, o Evangelho, a Fé, a Salvação e a Palavra de Deus (Efésios 6: 14-17). Jesus é a verdade, nele somos justificados, ele é a boa notícia de Deus, o salvador e a própria Palavra encarnada. Portanto, sem fé em Cristo é impossível vencer os inimigos.
Davi é um símbolo de Cristo, pois assim como Jesus substituiu-nos na cruz, enfrentou o pecado, a morte e Satanás, assim também Davi substituiu Saul e Jônatas. Saul rejeita a obra de Davi, mas Jônatas entendeu e aceitou em Davi com gratidão por ter o substituído na batalha contra o gigante, pois pela linha sucessória, o príncipe deveria lutar. Davi salvou Jônatas e a partir de então, Jônatas deposita sua confiança em Davi, tal confiança é demonstrada por suas atitudes de rendição (18: 1-4), testemunho (19: 4) e obediência e serviço (20: 4).
Davi como exemplo para nós, nos ensina que não há meia fé, ou cremos ou não cremos. Lutamos ou nos entregamos. Como símbolo de Cristo, ele nos ensina a descansar na sua salvação.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Raabe

Raabe (Js. 2: 1-23; 6: 17, 22-25; Sl. 89: 10; Hb. 11: 31) e Rute são duas mulheres gentias que participaram da linhagem de Cristo (Mt. 1: 5), cada uma delas tem uma história de conversão ao Deus de Israel interessante, nessa oportunidade estamos meditando sobre Raabe, sua história nos traz uma grande mensagem acerca da graça de Deus disponível a todos os que, arrependidos dos seus pecados, desejam pôr sua confiança no Deus verdadeiro. Raabe pertencia a um povo pagão politeísta, com suas crenças em muitos deuses e suas práticas totalmente contrárias à Lei de Deus. Apesar de temerem a Deus e ficarem amedrontados a respeito do juízo de Deus que viria sobre eles, não demonstraram arrependimento e nem fé no Deus verdadeiro, ao contrário procuraram lutar contra o povo de Deus. Mas mesmo diante de tanto pecado, a graça de Deus sempre alcança alguém. Mesmo que seja alguém a qual julgamos ser impossível a salvação, Deus sempre nos ensina que onde abundou o pecado, superabundou a graça. Raabe, como todos em Jericó, ouviu acerca da libertação que Deus efetuara aos Israelitas diante dos egípcios, como os guiou pelo Mar Vermelho enxuto e lhes deu vitória sobre todos os poderosos reis que resistiram ao longo da caminhada pelo deserto. Como em toda a história da humanidade a Palavra de Deus tem sua eficácia para salvação ou para condenação. Nos cananeus de Jericó, condenação, mas em Raabe, salvação, pois creu no Senhor e sua fé foi evidenciada por suas ações. Na vida de Raabe vemos cumprir o propósito missionário de Deus a Abraão e seus descendentes, isto é, ser uma bênção a todas as famílias da terra (Gn. 12: 3). Deus sempre desejou salvar a humanidade, oferecendo sua graça e chamando-a ao arrependimento e a obediência a sua vontade. Cristo, falando aos judeus, sempre procurava lembra-los acerca dessa graça estendida aos gentios e a fé de muitos deles sobrepujaram a muitos israelitas (Mt. 12: 41, 42 e Lc. 4: 25-27).
Muitos condenam Raabe pela mentira ao rei de Jericó (Js. 2: 4-5), outros procuram justificá-la diante das terríveis circunstâncias e ameaças de morte, seria a mentira justificável em certas circunstâncias? Não. A verdade sempre deve ser dita a despeito de qualquer situação, contudo, muitos crentes já tropeçaram em algum momento de suas vidas. Raabe foi salva não por suas qualidades morais, mentiras ou qualquer ato de seu passado, mas por sua resposta de fé ao Senhor. A história de Raabe nos lembra o perdão de Deus extinguindo nosso passado e a aquisição de um novo caráter.
É impressionante como os cananeus tiveram seus “corações desmaiados” (Js. 2: 11), crendo que o Deus de Israel é poderoso e verdadeiro, contudo, essa crença não os conduziu ao arrependimento, continuaram nos seus pecados, rejeitando ao Deus verdadeiro. Como nos nossos dias vemos as mesmas coisas! Não é suficiente crer na existência de Deus, esse conhecimento tanto pode aterrorizar como também transformar. Raabe fez a escolha certa. Precisamos também ajudar aos que crêem a entenderem que a verdadeira fé deve ser acompanhada de arrependimento e conversão, que a fé sem uma transformação de caráter e uma mudança de atitude em relação ao pecado é morta (Tg. 2: 17, 25), sem eficácia, pois não conduz a um compromisso pessoal com Deus. Raabe arriscou perder sua vida na esperança de salvação futura e não apenas a alcançou como também teve muitos outros privilégios (pertencer à linhagem messiânica e figurar entre os heróis da fé).
Não podemos ignorar na história de Raabe a reprovação dos “pregadores sem fé”. Num momento anterior Josué enviou doze espiões, dos quais dez mostraram falta de fé na promessa do Senhor. Agora ele envia apenas dois, certamente aqueles que creram na promessa do Senhor e certamente puderam ser usados para salvação de Raabe e seus familiares. Assim também hoje Deus nos mandou como mensageiros a “Jericó”, aqueles que crerem na promessa de salvação do Senhor serão usados por Ele para a salvação de muitas “Raabes”. Quantas “Raabes” você tem levado a Cristo?