quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Davi versus Golias

1º Samuel 17: 10, 11, 21-24, 32-58


Antes de entendermos as aplicações espirituais da batalha entre Davi e Golias, é importante considerarmos alguns fatos culturais que nos ajudarão a compreender melhor essa história. 1º Na antiguidade era comum os exércitos se perfilarem (17: 21) e proporem uma batalha entre dois heróis, os quais representariam os exércitos, o vencedor determinaria a vitória de seu exército (17: 8-10); 2º Os povos criam que suas batalhas eram travadas pelos seus deuses num âmbito mais elevado e que seus exércitos eram apenas peças nessas batalhas, o deus mais forte determinaria a vitória de seu povo(17: 26); 3º Na antiguidade, o rei era o representante de Deus, ele deveria ser o soldado número um, aquele mais poderoso dentre todos, que deveria, em nome de Deus, defender seu povo, pois era o escolhido, o mais piedoso dentre todos (10: 1, 6, 23, 24); 4º O exército de Israel era composto de voluntários, cada um providenciava seu próprio alimento e armamento (17: 17).
Saul, rei de Israel naquele momento, tinha sido rejeitado pelo Senhor por causa da sua desobediência, ele sabia que o Senhor não estava mais com ele, por isso diante dessa situação, a qual ele deveria enfrentar Golias, o herói filisteu, não tinha fé. Golias, em nome do seu deus, desafiava o Deus de Israel, confiado na sua destreza, blasfemava e desafiava o exército do povo de Deus. Mas assim como Deus enviou seu filho ao mundo, Jessé envia Davi ao campo de batalha para visitar e prover seus irmãos. Lá, o homem de Deus, o verdadeiro rei de Israel, já ungido por Samuel, assume seu papel como líder do povo de Deus. Sua fé é desafiada, e ele a mostra diante de todos ao enfrentar uma luta a qual jamais poderia vencer sem a ajuda do Senhor. Davi, como se acreditava, era apenas uma peça nas mãos de Deus, mas tal atitude só poderia ser tomada por aquele que realmente tivesse fé, pois Golias era muito forte.
O crente também está numa guerra, muitos Golias se apresentam para desafiar-nos, afastar-nos de Deus. A Palavra de Deus nos fala sobre três grandes inimigos: Satanás, o pecado, que leva à morte e a carne. Jamais poderemos vencê-los confiados na nossa força, mas com fé seremos mais que vencedores por meio daquele que nos amou. Por isso a Palavra de Deus nos adverte que o “justo viverá por fé” e mais, “esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” (1º João 5: 4). Em primeiro lugar para reconhecer a existência desses inimigos é necessário confiar (ter fé) no que a Bíblia diz; segundo, para vencê-los é necessário usar as armas que o Evangelho apresenta, as quais são: a Verdade, a Justiça, o Evangelho, a Fé, a Salvação e a Palavra de Deus (Efésios 6: 14-17). Jesus é a verdade, nele somos justificados, ele é a boa notícia de Deus, o salvador e a própria Palavra encarnada. Portanto, sem fé em Cristo é impossível vencer os inimigos.
Davi é um símbolo de Cristo, pois assim como Jesus substituiu-nos na cruz, enfrentou o pecado, a morte e Satanás, assim também Davi substituiu Saul e Jônatas. Saul rejeita a obra de Davi, mas Jônatas entendeu e aceitou em Davi com gratidão por ter o substituído na batalha contra o gigante, pois pela linha sucessória, o príncipe deveria lutar. Davi salvou Jônatas e a partir de então, Jônatas deposita sua confiança em Davi, tal confiança é demonstrada por suas atitudes de rendição (18: 1-4), testemunho (19: 4) e obediência e serviço (20: 4).
Davi como exemplo para nós, nos ensina que não há meia fé, ou cremos ou não cremos. Lutamos ou nos entregamos. Como símbolo de Cristo, ele nos ensina a descansar na sua salvação.

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