segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Raabe

Raabe (Js. 2: 1-23; 6: 17, 22-25; Sl. 89: 10; Hb. 11: 31) e Rute são duas mulheres gentias que participaram da linhagem de Cristo (Mt. 1: 5), cada uma delas tem uma história de conversão ao Deus de Israel interessante, nessa oportunidade estamos meditando sobre Raabe, sua história nos traz uma grande mensagem acerca da graça de Deus disponível a todos os que, arrependidos dos seus pecados, desejam pôr sua confiança no Deus verdadeiro. Raabe pertencia a um povo pagão politeísta, com suas crenças em muitos deuses e suas práticas totalmente contrárias à Lei de Deus. Apesar de temerem a Deus e ficarem amedrontados a respeito do juízo de Deus que viria sobre eles, não demonstraram arrependimento e nem fé no Deus verdadeiro, ao contrário procuraram lutar contra o povo de Deus. Mas mesmo diante de tanto pecado, a graça de Deus sempre alcança alguém. Mesmo que seja alguém a qual julgamos ser impossível a salvação, Deus sempre nos ensina que onde abundou o pecado, superabundou a graça. Raabe, como todos em Jericó, ouviu acerca da libertação que Deus efetuara aos Israelitas diante dos egípcios, como os guiou pelo Mar Vermelho enxuto e lhes deu vitória sobre todos os poderosos reis que resistiram ao longo da caminhada pelo deserto. Como em toda a história da humanidade a Palavra de Deus tem sua eficácia para salvação ou para condenação. Nos cananeus de Jericó, condenação, mas em Raabe, salvação, pois creu no Senhor e sua fé foi evidenciada por suas ações. Na vida de Raabe vemos cumprir o propósito missionário de Deus a Abraão e seus descendentes, isto é, ser uma bênção a todas as famílias da terra (Gn. 12: 3). Deus sempre desejou salvar a humanidade, oferecendo sua graça e chamando-a ao arrependimento e a obediência a sua vontade. Cristo, falando aos judeus, sempre procurava lembra-los acerca dessa graça estendida aos gentios e a fé de muitos deles sobrepujaram a muitos israelitas (Mt. 12: 41, 42 e Lc. 4: 25-27).
Muitos condenam Raabe pela mentira ao rei de Jericó (Js. 2: 4-5), outros procuram justificá-la diante das terríveis circunstâncias e ameaças de morte, seria a mentira justificável em certas circunstâncias? Não. A verdade sempre deve ser dita a despeito de qualquer situação, contudo, muitos crentes já tropeçaram em algum momento de suas vidas. Raabe foi salva não por suas qualidades morais, mentiras ou qualquer ato de seu passado, mas por sua resposta de fé ao Senhor. A história de Raabe nos lembra o perdão de Deus extinguindo nosso passado e a aquisição de um novo caráter.
É impressionante como os cananeus tiveram seus “corações desmaiados” (Js. 2: 11), crendo que o Deus de Israel é poderoso e verdadeiro, contudo, essa crença não os conduziu ao arrependimento, continuaram nos seus pecados, rejeitando ao Deus verdadeiro. Como nos nossos dias vemos as mesmas coisas! Não é suficiente crer na existência de Deus, esse conhecimento tanto pode aterrorizar como também transformar. Raabe fez a escolha certa. Precisamos também ajudar aos que crêem a entenderem que a verdadeira fé deve ser acompanhada de arrependimento e conversão, que a fé sem uma transformação de caráter e uma mudança de atitude em relação ao pecado é morta (Tg. 2: 17, 25), sem eficácia, pois não conduz a um compromisso pessoal com Deus. Raabe arriscou perder sua vida na esperança de salvação futura e não apenas a alcançou como também teve muitos outros privilégios (pertencer à linhagem messiânica e figurar entre os heróis da fé).
Não podemos ignorar na história de Raabe a reprovação dos “pregadores sem fé”. Num momento anterior Josué enviou doze espiões, dos quais dez mostraram falta de fé na promessa do Senhor. Agora ele envia apenas dois, certamente aqueles que creram na promessa do Senhor e certamente puderam ser usados para salvação de Raabe e seus familiares. Assim também hoje Deus nos mandou como mensageiros a “Jericó”, aqueles que crerem na promessa de salvação do Senhor serão usados por Ele para a salvação de muitas “Raabes”. Quantas “Raabes” você tem levado a Cristo?

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