sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A Defesa de Paulo Junto aos Gálatas

“Quero que vocês saibam, irmãos, que o evangelho anunciado por mim não tem sua origem no homem, nem o recebi nem o aprendi de algum homem, mas através da revelação de Jesus Cristo”. Gálatas 1:11-12 (tradução do autor).


Depois de alguns anos, após as igrejas da Galácia estarem estabelecidas. Surgiram, no meio delas, homens judeus, que vieram de Jerusalém, trazendo uma mensagem evangélica acrescida da Lei de Moisés. Destacavam principalmente certos ritos judaicos, que afirmavam, serem fundamentais àqueles que quisessem pertencer ao povo de Deus. Essa mensagem “judaico-cristã” estava diretamente confrontando com a boa nova trazida por Paulo a eles anteriormente, pela qual tinham, mediante fé, crido e sido salvos.
Paulo, surpreso pelos gálatas terem recebido essa mensagem diferente, decide escrevê-los apresentando uma defesa de sua mensagem evangélica. Essa apologia é estabelecida a partir de argumentos que poderiam ser atestados pelos próprios gálatas. Paulo apresenta seis argumentos numa ordem cronológica que correspondem também ao seu proceder ao longo de seu ministério.
O primeiro argumento apresentado por Paulo refere-se à origem de sua mensagem, levemente ele lembra aos gálatas a forma como sucedeu seu chamamento por Cristo e conseqüentemente seu doutrinamento. Ele foi ensinado por inspiração proveniente do próprio Cristo. Dos lábios do Cristo ressurreto, ele aprendeu o Evangelho (vv. 11-12).
O segundo argumento utiliza a transformação operada naquele que outrora era perseguidor da igreja e defensor violento da Lei de Moisés. Com isso, ele fortalece a ruptura da Lei como uma revelação divina. Tendo enorme zelo pela Lei de Moisés a ponto de se destacar entre os de sua idade pela forma radical e irredutível com que a defendia, Paulo apresenta a renovação de sua mente da Lei para a Graça como uma demonstração da superioridade do Evangelho da graça de Deus, o qual eficazmente operou em sua vida e conseqüentemente em sua crença (vv. 13-14).
O terceiro argumento mostra sua independência dos apóstolos em Jerusalém (os doze) e de outros cristãos, os quais poderiam ter-lhe ensinado. Contudo, a boa nova que anunciava não ficava devendo nada àquela pregada pelos doze apóstolos. Isso constituía uma prova cabal de que o mesmo Senhor que revelara aos doze o Evangelho é também aquele que revelou as doutrinas cristãs a Paulo (15-17).
O quarto e o quinto argumentos são empíricos. Paulo, em duas ocasiões, visitou Jerusalém e esteve com os apóstolos e com os presbíteros e afirma que eles não viram necessidade de acrescentar nada à mensagem evangélica de Paulo. Na primeira visita o tempo de permanência com Pedro seria curto para um aprendizado suficiente. Na segunda visita, aqueles que eram considerados “colunas” da igreja entenderam que, de fato, o Senhor Jesus tinha estado com Paulo, visto que o conjunto das doutrinas que pregava coadunava-se com aquela pregada por eles. Diante dessa averiguação, os próprios apóstolos e presbíteros de Jerusalém ratificaram o ministério de Paulo, quando publicamente manifestaram comunhão com ele (1:18-2:10).
O sexto argumento é baseado num incidente ocorrido em Antioquia envolvendo Pedro. Naquela ocasião Pedro e Barnabé foram persuadidos pelos cristãos “judaizantes” que era necessário acrescentar ao evangelho os ritos judaicos contidos na Lei de Moisés. Paulo resistiu a esses ensinos e declara que ele e os demais judeus cristãos sabiam que “o homem não é justificado por obras da Lei, e, sim, mediante a fé em Cristo Jesus” (2:15-16). Fica evidente que todos envolvidos no debate foram convencidos pelo argumento de Paulo que a salvação é exclusivamente pela graça de Deus mediante a fé (2:11-21).
Diante disso, somente restava aos gálatas reconhecerem que a mensagem anunciada por Paulo era, de fato, o Evangelho genuíno revelado por Jesus Cristo, poderoso para salvar o mais vil pecador, nos quais os gálatas se enquadravam. Glória a Deus pelo Evangelho da graça de Deus!

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