quinta-feira, 23 de julho de 2009

Paulo Enfrenta o Império da Idolatria

Atos 19: 23-40

“Congregai-vos e vinde; vós que escapastes das nações; nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar”. Isaías 45: 20.



Na segunda viagem missionária, Paulo desejou pregar na Ásia, contudo foi impedido pelo Espírito Santo e conduzido à Europa (Atos 16: 6). Agora, na terceira viagem missionária, Deus lhe abre a porta à Palavra. Precedido por Áquila e Priscila (Atos 18; 18, 19), encontra em Éfeso, principal cidade da Ásia Menor, uma grande oportunidade para pregação do Evangelho. Éfeso era uma cidade dominada pela idolatria e ocultismo (Atos 19: 19), sua economia dependia do forte comércio, pois era rota de passagem entre o Oriente e o Ocidente. Estava em Éfeso uma das sete maravilhas do mundo antigo, o templo da deusa Ártemis (enquanto que no texto original do Novo Testamento os deuses citados pertencem ao panteão grego, as nossas traduções utilizam os deuses do panteão latino (romano) equivalentes ao grego. Por isso, onde se diz Ártemis, “traduzem” por Diana; Zeus por Júpiter; Hermes por Mercúrio (Atos 14: 12) etc.). Esse magnífico templo era o orgulho da cidade e através dessa idolatria muitos enriqueciam, vendendo suas imagens religiosas, fazendo dessa atividade uma grande fonte de renda e trabalho (Atos 19: 25). É interessante como a idolatria sempre tem uma origem obscura, no caso dos efésios, acreditavam que a imagem da deusa tinha caído do céu (Atos 19; 35) e isso era suficiente para convencer a multidão que naquela pedra havia poder sobrenatural. Não é diferente a situação idólatra brasileira.
Algumas peculiaridades podem ser destacadas no trabalho missionário de Paulo em Éfeso: 1º O momento de iniciar o trabalho foi determinado explicitamente por Deus (Atos 16: 6); 2º O tempo de permanência em Éfeso foi maior do que em qualquer outra cidade (Atos 19: 8 10); 3º Milagres extraordinários foram realizados, o que nem sempre acontecia (Atos 19: 11); 4º Implantou-se uma escola bíblica (Atos 19: 9 10); 5º O Evangelho repercutiu por toda região ao ponto de abalar o legado de séculos da idolatria (Atos 19: 26); 6º Contra tudo que se podia esperar, Paulo teve apoio da elite romana representante na cidade (Atos 19: 31, 35). Apesar da extraordinária intervenção de Deus no ministério de Paulo em Éfeso, não foi fácil. Ele nos apresenta em passagens como Rm 16: 4; 1º Co. 15: 32 e 2º Co. 1: 8 que se não fora a misericórdia de Deus, ele teria morrido. Em muitos momentos sua vida esteve em risco ao ponto de em alguns momentos ele até se conformar com a morte. Mas a sua esperança cada vez se fortalecia, pois sabia em quem tinha crido. Em nenhuma outra cidade é tão enfatizado a importância do ensino da Palavra de Deus. Não poderemos combater idolatria criando idolatria disfarçada na igreja, não poderemos combater ocultismo criando rituais semelhantes na igreja, mas sim com a espada do Espírito que é a Palavra de Deus (Efésios 6: 17). Isso nos ensina que não poderemos combater a idolatria e ocultismo sem o ensino sistemático da Palavra de Deus, como disse Jesus: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8: 32). Ou também Paulo: “A fé vem por ouvir a pregação da Palavra de Cristo” (Rm. 10: 17).
Quanto maior a luta, maior a vitória. Em Éfeso, onde Paulo teve tribulação acima de suas forças, também teve um êxito que não houve semelhante em outro lugar. O Evangelho teve tamanha repercussão que igrejas foram fundadas num raio de até 160 km da cidade de Éfeso, podemos citar as outras seis igrejas mencionadas no livro do Apocalipse capítulos 2 e 3. Precisamos estar sempre alertas, pois mesmo que no passado se tenha ensinado muito a Palavra de Deus, o ensino precisa ser constante, visto que a operação do erro está sempre rondando, querendo entrar na igreja. Mesmo Paulo durante anos ter ensinado minuciosamente a Palavra de Deus em Éfeso, o falso ensino sempre precisava ainda ser combatido, a despeito disso Paulo roga a Timóteo que permaneça em Éfeso para admoestar a certas pessoas a fim de não ensinarem outra doutrina (1º Tm. 1: 3). Mesmo uma igreja nascida sobre sólidos fundamentos bíblicos, tendo recebido uma “overdose” de estudos bíblicos no início, pode vir a abandonar o primeiro amor e se não lembrarem onde caíram, se não se arrependerem e não voltarem a prática das primeiras obras, podem vir a deixar de existir como igreja, veja exemplo de Éfeso (Ap. 2: 1-7). Que Deus nos guarde disso!

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