segunda-feira, 9 de março de 2009

O sofrimento dos hebreus revolta Moisés

Êx. 2: 11-15; At. 7: 22, 23



Moisés é em muitos aspectos uma pré-figura de Cristo, sua vida consiste em profetizar a maior e mais importante libertação oferecida à humanidade na pessoa de Cristo, “um profeta semelhante a mim: a ele ouvirás” (Dt. 18: 15) segundo suas palavras.
Observemos os paralelos entre Moisés e Cristo:
Ambos preservados na infância (Êx. 2: 2-10; Mt. 2: 14,15); ambos contenderam com mestres maus (Êx. 7: 11; Mt. 4:1); ambos jejuaram por 40 dias (Êx. 34: 28; Mt. 4: 2); ambos controlaram o mar (Êx. 14: 21; Mt. 8: 26); ambos alimentaram multidões (Êx. 16: 15; Mt. 14: 20, 21); ambos tiveram rostos brilhantes ( Êx. 34:35; Mt. 17: 2); ambos suportaram murmurações (Êx. 15: 24; Mc. 7:2); ambos foram desacreditados no próprio lar (Nm. 12: 1; Jo. 7: 5); ambos oraram em intercessão (Êx. 32: 32; Jo. 17 : 9); ambos falaram como oráculos (Dt. 18: 18); ambos tiveram 70 ajudantes (Nm. 11: 16, 17; Lc. 10: 1); ambos estabeleceram uma ceia comemorativa (Êx. 12: 14; Lc. 22: 19); ambos apareceram após a morte (Mt. 17: 3; At. 1: 3).
Diante de tanta semelhança encontramos aquela que hoje meditaremos: o sofrimento dos hebreus revolta Moisés. Moisés, apesar de viver desde sua infância sob o sistema e cultura egípcia, ser educado em suas tradições, mantinha em seu coração um sentimento de identificação com o seu povo. Chegou o momento de fazer alguma coisa por ele, de ajudá-lo nas suas dificuldades e aflições. Moisés se apresenta, sem saber ainda como ajudar seu povo, sem conhecer os planos e propósitos de Deus, procura resolver o problema na força de sua carne, sem orientação divina, age segundo o mundo e não segundo Deus. Essa circunstância o leva para o lugar que Deus deseja prepará-lo para seu grande serviço. Isso nos traz um grande ensino, não conseguiremos realizar a obra de Deus sem preparação, a preparação do obreiro deve acontecer em duas frentes: 1º a preparação espiritual que vem de Deus através dos dons que ele concede e também do amor, fidelidade, obediência evidenciadas no dia-a-dia na vida da igreja; 2º a preparação no estudo da Palavra de Deus, aplicação à leitura (1º Tm. 4: 13), estudar. Quantos querem pregar, ensinar, mas não querem aprender. É preciso conhecer muito bem as Escrituras e tudo aquilo que a envolve para, então, ensinar corretamente e com toda fidelidade, sem acrescentar ou diminuir nada. Cada igreja, na orientação de sua liderança, deve estar atenta para aqueles que o Senhor tem chamado para a obra e orientá-los, conduzi-los ao conhecimento necessário das Escrituras para serem obreiros aprovados.
Moisés foge do Egito com medo de morrer nas mãos de Faraó e cai nas mãos de Deus, lá no deserto é preparado pelo Senhor para libertar o seu povo. Quanta frustração Moisés não sentira no momento em que queria fazer alguma coisa para Deus, para seu povo, mas o povo o rejeita. Quantos irmãos também querendo servir ao Senhor de todo o coração, são rejeitados pelos homens, mas não devem desanimar, no tempo propício Deus manifestará sua vontade, até a rejeição faz parte da preparação.
O pior que poderia acontecer com Moisés e também com os crentes hoje é a indiferença em relação ao sofrimento da humanidade nas mãos de Satanás e do pecado. Revolta implica, não apenas em tristeza por algo, mas principalmente em fazer alguma coisa para mudar a situação. O crente, à semelhança de Moisés, deve revoltar-se contra o pecado, contra satanás e contra o sistema pecaminoso que domina nossa sociedade. Não existe outra forma de revoltarmos contra o mundo, se não pela pregação da Palavra de Deus. Levar o evangelho a outros é o dever da igreja, precisamos acordar, sair da inércia. Fazer algo concreto, investir os recursos da igreja na Obra de evangelização e não apenas em templos maravilhosos que deixaremos para o anti-Cristo. É hora de perguntarmos: como a minha igreja está se posicionando, com os recursos que Deus tem nos dado, na evangelização do mundo. Evangelizar é revoltar-se contra o pecado.

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