terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

REDENÇÃO

“Em cristo temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça”. Efésios 1: 7.


Apolýtrosin é a palavra grega traduzida por redenção, seu significado vai além da esfera religiosa, apesar de que na cultura helênica na antiguidade, não havia uma separação da vida religiosa com a vida secular como nos nossos dias. A religião estava bastante intrínseca no dia a dia em todas as atividades. Sendo assim, ao analisarmos essa palavra não podemos ignorar isso. Assim, seu uso se estendia às relações comerciais e sociais naquela cultura e por isso tinha o significado de compra de um escravo e/ou entrega de alguém ou alguma coisa por meio de resgate. A partir disso, podemos concluir que apolýtrosin tem em si mesma o conceito do Evangelho de Jesus Cristo, pois nos transmite a idéia de uma salvação efetuada por meio de uma compra ou resgate e também apresenta a condição do homem que precisa de salvação.
Quando o Apóstolo Paulo utiliza essa palavra na carta aos efésios, ele está ciente de que os efésios compreendiam perfeitamente seu conceito, por isso apenas tal palavra é capaz de transmitir a mensagem do Evangelho. Visto que com isso estava dizendo que os efésios eram escravos, pertenciam a outro senhor, estavam condenados à morte, não tinham esperança e como cativos faziam a vontade de seu senhor (Satanás e o pecado). Mas agora em Cristo foram resgatados. Imaginem um escravo no mercado sendo oferecido como mercadoria e sabendo que se não fosse comprado seria sacrificado, pois jamais um senhor de escravo manteria um se percebesse que jamais seria comprado. Um escravo era comprado se apresentasse três características básicas ou uma delas pelo menos: habilidade profissional, força e saúde. “Em Cristo temos a redenção” significa dizer que Ele nos comprou, sendo nós escravos. Mas essa palavra ia além, apolýtrosin significava comprar um escravo e lhe dar a liberdade, ou seja, deixaria de ser algo e passaria a ser alguém, ganharia o status de pessoa com direitos civis, passaria a ser visto como alma e não mais como um objeto ou animal. Sendo agora livre, não estaria mais sujeito a escravidão, nem sujeito como escravo ao novo senhor, mas poderia ir e vir pra onde quisesse. Todavia, agora liberto por um tão grande preço, sem nenhum merecimento, o ex-escravo se oferecia voluntariamente para servir seu novo senhor, não mais por força da escravidão, mas pela força da gratidão, suplicava para ir para casa do redentor e ali servi-lo voluntariamente pelo resto de sua vida, pois fora salvo da morte.
Será que quando alguém aceita Cristo está ciente dessa condição? Entende que ser redimido por Cristo, não apenas significa ter a salvação pelo perdão dos pecados, mas também significa ter um novo senhor, a quem serviremos por amor, gratidão e voluntariedade? E que quando chegamos a sua casa, além de tudo que já fez, nos adota como filhos e como tal podemos sentar a sua mesa e participar da herança? Por tudo isso o apóstolo acrescenta “por sua riqueza em graça”.
Ainda resta uma questão: como alguém se tornava escravo? Duas eram as razões: 1º por uma dívida não paga, poderia ser vendido como escravo para pagamento; 2º pela derrota numa guerra, os sobreviventes si tornavam escravos do vencedor. Como o homem se tornou escravo de Satanás e do pecado? Precisamos reportar-nos ao Jardim do Édem, lá o homem perdeu a luta contra Satanás, poderia ter vencido, tinha condições para isso, mas perdeu e a partir daí se tornou escravo do vencedor. Contudo, fora dito que da mulher sairia um que venceria Satanás e com isso resgataria o homem através do preço de seu sangue. Glória a Deus!

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