quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Sansão

Juízes 13.1-5, 24-25; 15.6-20; 16.4-5, 16-31


Não podemos estudar a história de Sansão sem considerar os aspectos familiares em que estava inserido. É evidente que seus pais eram piedosos e tementes a Deus, em suas súplicas pediram a Deus um filho, mesmo sabendo da esterilidade, confiaram na palavra do anjo e mostraram-se preocupados com a educação de seu filho e com seu futuro ministério no meio do povo de Deus (Jz. 13: 12). Percebemos o desejo de Manoá e sua esposa de obedecerem em tudo à vontade do Senhor. Durante o tempo em que Sansão esteve sob sua tutela, educaram-no como narizeu, ensinando todo o modo de viver de um narizeu (Nm. 6: 1-21). Contudo, após sua maior idade, seria responsável por sua conduta diante de Deus. Certamente seus pais tinham a consciência tranqüila, pois são evidentes, no comportamento de Sansão, os indícios de uma educação piedosa. Sansão foi consagrado ao Senhor pelos seus pais, mas precisava viver essa consagração e buscar orientação do Senhor para libertar os israelitas, que sofriam por 40 anos a opressão dos filisteus.
Quando Sansão chega ao momento de tomar o seu rumo, começa a mostrar um comportamento de independência de Deus, seu primeiro passo é casar-se com uma filistia, disse ele “... vi uma mulher em Timna...” (14: 2), tais palavras revelam seu caráter – o seu desejo foi despertado e não considerou a vontade do Senhor. Depois oferece um banquete e toca num cadáver, todas essas atitudes contrariavam a Lei do Senhor e em alguns casos, como beber num banquete contrariava a Lei do Narizeu. É evidente que Deus desejava libertar os israelitas do poder e influência dos filisteus e queria usar Sansão nesse propósito, por isso lhe concede o Espírito Santo (13: 25), privilégio raro no Velho Testamento. Contudo, Sansão queria fazer as coisas do seu jeito. Deus deseja orientar seus servos a fazerem Sua vontade, mas sempre respeitará a decisão final do homem. O homem jamais será um robô na mão de Deus, Ele quer servos que se submetam voluntariamente a Sua vontade, crendo que Deus sempre o conduzirá pelo melhor caminho, por isso Sansão sofre as conseqüências de viver sem a direção do Senhor. Suas lutas pareciam ser motivadas pela vingança pessoal e não pelo interesse do povo de Deus. Mesmo vivendo uma vida desastrosa Sansão cumpre os propósitos de Deus de libertar seu povo (Isaías 14: 27). Outra atitude desastrosa de Sansão foi tentar resolver tudo sozinho, mesmo tendo uma força descomunal e a presença do Espírito Santo dentro dele, Sansão deveria entender que a obra de Deus não pode ser feita sozinho. Ele poderia ter reunido o povo, constituído um exército e conduzido o povo à luta, mas não o fez. Isso nos traz uma grande lição, quantos servos do Senhor também não estão tentando realizar a obra do Senhor sozinhos? Pensam que só eles são fortes, sábios, santos e zelosos e não permitem que outros irmãos façam a obra do Senhor. Cuidado! Aprendamos com os erros de Sansão! O seu isolamento do povo de Deus e a sua união com o mundo o levaram à queda e a ruína, lembremos da advertência que Tiago nos faz: Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus (4: 4). Sansão afastou-se de Deus e si tornou prisioneiro dos filisteus, perdeu a força e a alegria do Senhor, ficou cego. Mas mesmo em tantas ruínas, lembrou-se do Senhor de toda misericórdia, clamou ao Senhor (16: 28) e o Senhor o ouviu e atendeu sua súplica, na sua morte serviu ao Senhor. Deus o perdoou, o usou, mas não o livrou da morte que era uma conseqüência direta da sua desobediência.

Nenhum comentário: