quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O Machado de Eliseu

“Sucedeu que, enquanto um deles derrubava um tronco, o machado caiu na água; ele gritou, e disse: Ai! Meu senhor! Porque era emprestado”. 2º Reis 6: 5.


Eliseu é um profeta de grande importância no Velho Testamento, pois ele foi um dos poucos que, entendendo o propósito de Deus para a humanidade, propôs alcançar o maior número possível de pessoas com a Palavra de Deus. Numa visão que antevia o sistema pedagógico de Jesus, o qual preparou um grupo de discípulos para que pudesse alcançar através deles um maior número de pessoas com o Evangelho, dá continuidade a um sistema semelhante, uma escola de profetas. Seu objetivo era levar a Palavra de Deus a todas as pessoas em Israel, contudo, a Palavra foi além das fronteiras (2º Reis 5: 1-19). Além de formar novos profetas, também se preocupava com suas necessidades familiares (2º Reis 4: 1-7). Através dessa escola de profetas, preparou inúmeros homens para que fossem até ao povo com a Palavra de Deus. Povo que para ouvi-la tinha de se deslocar até ao Templo de Jerusalém e lá após realizar seu sacrifício pelo pecado, permanecer ainda mais um pouco para aprendê-la. É evidente que poucos teriam condições de se deslocar para Jerusalém constantemente, assim o conhecimento do Senhor estaria restrito a um pequeno grupo de privilegiados. Mas o Senhor deseja que todos cheguem ao conhecimento da salvação. Eliseu, então, cumpre o mandato do Senhor ao levar a bênção a todas as famílias por meio da Palavra de Deus. E assim, Deus avivou aquele povo de tal maneira, que a casa onde funcionava a escola ficou pequena para abrigar tantos novos candidatos a missionários. Os alunos, empolgados com a possibilidade de ampliar o número de novos profetas, sugerem a Eliseu ampliar a escola. Eliseu acata a sugestão e após insistirem, os acompanha nessa empreitada.
Naquela época, século IX a. C, o machado era um instrumento caro e incomum, haja vista que provavelmente a escola de profetas não teria recursos abundantes, pois era independente do governo e do sistema religioso organizado, o Templo de Jerusalém. A prova disso é o fato de terem tomado emprestado o machado. Enquanto manuseava-se o machado, não se percebeu que ele afrouxava e por fim veio a soltar-se do cabo e cair no rio Jordão. O desespero tomou conta dos discípulos, mas o homem de Deus com toda sua experiência estava presente e após identificar o lugar exato onde o machado caíra, fez o ferro flutuar a partir de uma madeira lançada no lugar da queda. A alegria foi restaurada e a Obra do Senhor prosseguiu.
Além de aprendermos com o exemplo de Eliseu, um homem que se preocupou em encher a terra com o conhecimento do Senhor, também podemos extrair algumas lições do episódio com o machado: I. Assim como o machado era emprestado e fundamental ao serviço, assim também Deus nos emprestou dons e talentos essenciais à realização da Sua Obra e um dia teremos de prestar contas; II. Assim como o machado se afrouxou na mão do profeta, assim também nossos dons podem se afrouxar e tornar-se ineficazes por causa de nossos pecados não confessados; III. Assim como o profeta insistiu em continuar cortando as árvores com o machado frouxo, assim também se insistirmos em fazer a Obra de Deus em pecado, nós perderemos nossos dons; IV. Após o profeta perder o machado, Eliseu o restituiu depois de identificar o lugar da queda e lançar uma madeira sobre o local, assim também a restituição do crente ao serviço do Senhor não acontecerá sem que lembre onde caiu, arrependa-se e volte às praticas das primeiras obras, crendo que o sangue de Cristo derramado no madeiro nos purifica de todos os pecados; V. Contra todas as leis da física, o machado flutuou no rio, assim também contra todas as opiniões, as quais dizem: para ti não há mais jeito, Deus diz: Tudo é possível ao que crer.

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