sexta-feira, 23 de julho de 2010

A Apostasia dos Gálatas

“Estou impressionado que tão rapidamente vocês estão afastando-se daquele que lhes chamou na graça, para outro evangelho”. Gálatas 1: 6. (Tradução do autor).



Alguns poucos anos após o apóstolo Paulo ter iniciado a evangelização da Galácia (1ª e 2ª viagem missionária), ele fica sabendo que os gálatas, influenciados por falsos mestres, estavam se afastando do Evangelho da graça de Cristo. Essa alteração se dava a partir da persuasão de falsos irmãos que procuravam convencê-los que para ser salvo era necessário, além da fé em Cristo, observar os ritos e preceitos da Lei de Moisés. Ao longo da Carta, Paulo procurará trazê-los de volta ao Evangelho de fato, visto não se poder chamar de Evangelho qualquer outra mensagem que seja diferente daquela pregada pelos apóstolos. Qualquer mensagem que aumente ou diminua o Evangelho não pode ser recebida como tal, não importa se até mesmo o mensageiro vier do céu. É importante observarmos que Paulo fala, num sentido hipotético, de um possível mensageiro vindo do céu e não vindo da parte de Deus. É evidente que céu não tem o sentido de morada de Deus. Diante disso, Paulo afirmará que não pode haver variação do Evangelho, se for diferente, então não é o Evangelho. Assim, o que estava sendo recebido pelos gálatas não era o Evangelho.
Antes de re-estabelecer o conceito do Evangelho, Paulo vai apontar a apostasia, isto é, o afastamento de Deus. Os gálatas estavam longe de Deus, isto se dava pelo fato de estarem rejeitando a graça de Deus. A graça é o ponto central do Evangelho, excluir a graça ou misturá-la com os méritos humanos é, de fato, uma alteração tão brusca das boas novas de Deus que jamais poderá ser classificada como Evangelho, será qualquer outra coisa menos o Evangelho. Assim, qualquer pessoa que receba um “evangelho” mutilado da graça estará crendo em vão, pois tal “evangelho” não poderá salvá-lo, “Porque pela graças sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef. 2: 8).
Assim como a graça é o fundamento do Evangelho, também o é a ressurreição de Cristo e a ressurreição dos que dormem em Cristo na sua vinda. Por isso o mesmo princípio é estabelecido por Paulo na 1ª Carta ao Coríntios 15: 2, que se excluírem a ressurreição do Evangelho, a fé dos que crerem nessa aberração será vã, isto é, ineficaz, não trará salvação. Daí o peso que está sobre os que receberam o Evangelho da graça de Deus de anunciar o Evangelho a todos, visto não ignorarmos que uma mensagem mutilada do Evangelho também é anunciada nos nossos dias.
A preocupação de Paulo se torna evidente quando ele enfatiza a necessidade de estarmos atentos a qualquer um que anuncie um “evangelho” diferente daquele que encontramos nas Cartas Apostólicas (N.T.). Para que não sejamos confundidos, precisamos seguir o exemplo dos crentes da cidade de Beréia (Atos 17: 11) que examinavam tudo que lhes era ensinado por Paulo, conferindo no V.T. as referências a respeito de Cristo e de sua morte e ressurreição. Também não podemos ignorar a maldição que está sobre todo aquele que levar ao povo um “evangelho” diferente daquele estabelecido pelos apóstolos (N.T.). Paulo ainda ressalta a possibilidade de alguém que tendo anunciado o Evangelho com fidelidade, passar a transmitir uma mensagem deturpada, por isso Paulo diz: “... ainda que nós... pregue evangelho diferente... seja maldito” (Gl. 1: 8).
Portanto, a Carta aos Gálatas é atualíssima no sentido que enfrentamos as mesmas situações que os gálatas enfrentaram, isto é, líderes “cristãos” que insistem em anunciar uma mensagem desprovida do Evangelho da graça de Deus, arrastando milhões à condenação, como disse Jesus: “Cego guiando cego, ambos cairão no abismo”.