terça-feira, 28 de outubro de 2008

Aliança ou Testamento?

“Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice e disse: Este é o cálice do novo testamento no meu sangue derramado em favor de vós”. Lucas 22: 20.


Havia duas palavras na língua grega que expressavam a idéia de acordo entre partes, "suntheke" e "diatheke". Contudo, cada uma continha um conceito diferente de acordo. "Suntheke" era usada para indicar um acordo entre partes iguais, isto é, contratos em que as partes costuravam juntas, cada qual contribuía com sugestões que seriam incorporadas ao contrato. Usada para casamentos, acordos comerciais entre indivíduos ou acordos de paz entre Estados. No conceito de "suntheke" estava incluso a idéia de igualdade. Encontramos "suntheke" na versão grega do Velho Testamento em Josué 9: 6, que descreve a aliança entre Israel e os Gibeonitas; Juízes 2: 2, que descreve alianças entre os habitantes de Canaã e Israel e 1º Samuel 23: 18, que descreve aliança entre Davi e Jônatas. "Diatheke", por sua vez, indicava um acordo em que uma parte determinava sozinha as cláusulas do contrato, essa parte determinante assumia uma posição de superioridade sobre a outra que deveria apenas aceitar ou rejeitar, não poderia jamais alterar um item sequer. No Velho Testamento foi utilizada em Gênesis 9: 12 para descrever a aliança entre Deus e Noé; em Gênesis 17: 4, para descrever a aliança de Deus com Abraão e em Deuteronômio 4: 13, para descrever a aliança de Deus com Israel.
Diante disso, ao analisarmos a palavra utilizada por Lucas no versículo acima, descobrimos que ele utiliza "diatheke", não somente ele, mas também Mateus (26: 28), Marcos (14: 24), Paulo (Romanos 9: 4) e o escritor aos Hebreus (7: 22; 8: 6, 9, 10; 12: 24; 13: 20), todos eles usam-na para descrever o acordo estabelecido por Deus aos homens, cuja idéia principal estabelece a superioridade de Deus sobre os homens.
Ao pesquisarmos na nossa cultura e idioma uma palavra que trouxesse o conceito de acordo entre partes que não estão numa posição igualitária, vamos encontrar TESTAMENTO. Testamento é um acordo estabelecido por uma parte, o testador, que assumi uma posição de superioridade, que por si só e por sua inteira vontade, estabelece os itens desse acordo, não cabe a outra parte nenhuma participação, alteração ou imposição sobre ele, mas somente aceitar ou rejeitar.
A partir daí, é nos apresentado todo o conceito da salvação oferecida por Deus através de Jesus Cristo. Visto que Deus estabeleceu uma grande salvação, na qual é oferecido ao homem um acordo segundo a vontade de Deus. Todas as cláusulas desse acordo são apresentadas por Deus no Evangelho. A parte do homem consiste em: Reconhecimento de sua condenação por causa de seus pecados; Arrependimento deles todos; Fé em Cristo que morreu como substituto por nós, levando sobre si todos os nossos pecados; Aceitação incondicional do senhorio de Cristo sobre sua vida, ou seja, tomar sobre si o Seu julgo. A Deus cabe: Conceder ao homem vida eterna; Transformá-lo mediante a presença incondicional do Espírito Santo na sua vida; Dar-lhe vitória sobre o pecado e conceder-lhe paz com Deus. Tudo isso já foi estabelecido por Deus, o homem não pode alterar nenhuma das promessas estabelecidas, nem acrescentar, nem extrair. Somente aceitar ou rejeitar.
A idéia de testamento é ainda mais fortalecida pela morte do testador, Cristo. “Porque onde há testamento é necessário que intervenha a morte do testador; pois um testamento só é confirmado no caso de mortos; visto que de maneira nenhuma tem força de lei enquanto vive o testador” (Hebreus 9: 16, 17). Isso significa que Deus tomou a iniciativa, por sua riqueza em graça, de oferecer uma salvação ao homem que não tinha nenhum direito e que não merecia nada.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Feto tem alma?

O assassinato, além de ser uma transgressão ao Código Penal, é também uma transgressão à lei de Deus. A Bíblia claramente afirma que os assassinos não herdarão o Reino dos Céus (Apocalipse 21: 8).
O papel da igreja é pregar o Evangelho de Jesus que aponta para a pecaminosidade de todo ser humano, mas oferece um meio de salvação através da fé em Jesus por Seu sacrifício expiatório pelos pecados de todo aquele que crer nEle. O homem arrependido dos seus pecados ao aceitar Cristo como seu único Salvador e Senhor é transformado numa nova criatura, a qual buscará a justiça e rejeitará a injustiça e se tornará habitação do Espírito Santo de Deus. O corpo do crente pertence a Jesus, pois foi comprado por preço de sangue.
Estamos vivendo um momento em que parte da sociedade deseja ter a “liberdade” de tirar a vida de seus filhos, estando ainda no útero materno. Aqueles que amam a Deus e a seu próximo (seja o próximo um feto ou não) devem lutar contra essa tentativa de banalizar a vida. Não precisamos provar que o feto tem vida e constitui uma pessoa com todas as características comum a alguém que já saiu do útero, tais como: sentimentos, desejo de viver e acima de tudo ALMA. Não precisamos, pois a maioria daqueles que deseja essa “liberdade”, tem uma formação que os proporciona saber isso. A luta a favor do aborto tem como alicerce, não a ausência de vida no feto, mas o desejo de uma “felicidade” sem que seja preciso assumir as conseqüências de seus atos, principalmente quando esses atos atingem a outros.
Se a felicidade é estar num estado de paz, alegria, satisfação, tranqüilidade... Será que um pai ou mãe que tira a vida de um filho, que depende deles pra viver, não terá conseqüências psicológicas ao longo da vida por um ato feito por mero capricho de achar que viver sem ter de cuidar de alguém fará a vida melhor?
Caros leitores, precisamos ver a vida pela ótica do outro, foi isso que Jesus ensinou: “Aquilo que quereis que os homens vos façam, façais a eles”. Se perguntássemos a um feto o que ele acha do aborto, o que será que ele responderia? Creio que o fundamento do aborto está no egoísmo, tiremos o egoísmo das pessoas e nunca pensariam em abortar.
Só há um antídoto contra o egoísmo, Jesus Cristo. Entregue a tua vida a Ele e deixe-O transformá-la.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

"Koinonia"

No N.T. há uma palavra que tem a ver com a idéia básica da comunhão, "koinonia". Ela também é usada para expressar a idéia de comunidade. No grego dos dias de Jesus, "koinonia" tinha três significados distintos: (1) Significava muito comumente uma sociedade comercial; (2) Era usada especialmente a respeito do casamento, duas pessoas se unem no casamento a fim de terem “koinonia de vida”, ou seja, a fim de viverem juntos uma vida em que tudo é compartilhado; (3) Era usada no relacionamento com Deus que o homem mantém. Quando examinamos as associações em que a palavra é usada, chegamos a ver quão ampla é a comunhão que deve caracterizar a vida cristã.
1. Na vida cristã há uma "koinonia" que significa um compartilhar de amizade e uma permanência no convívio dos outros (At. 2: 42). É muito interessante notar que essa amizade é baseada num conhecimento cristão mútuo (1 Jo. 1: 3). Somente aqueles que têm amizade com Cristo podem ser verdadeiros amigos uns dos outros.
2. Na vida cristã há uma "koinonia" que significa uma divisão prática com os que são menos afortunados. Paulo usa a palavra três vezes em conexão com a coleta que levantou nas suas igrejas para os santos pobres de Jerusalém ( Rm. 15:26; 2 Co. 8:4 e 9: 13). A comunhão cristã é uma coisa prática.
3. Na vida cristã há uma "koinonia" que é uma cooperação na obra de Cristo (Fp. 1: 5). Paulo dá graças pela cooperação dos filipenses na obra do evangelho.
4. Na vida cristã há uma "koinonia" na fé. O cristão nunca é uma unidade isolada; é membro de um convívio da fé (Ef. 3: 9).
5. Na vida há uma "koinonia" no Espírito (2 Co 13: 14; Fp. 2: 1). O cristão vive na presença, no convívio, na ajuda e na orientação do Espírito.
6. Na vida cristã há uma "koinonia" com Cristo. Os cristãos são chamados para a "koinonia" de Jesus Cristo, o Filho de Deus (1 Co. 1: 9). Aquela comunhão é achada especialmente na Ceia do Senhor (1 Co. 10: 16). O cálice e o pão são a "koinonia" do corpo e do sangue de Cristo. Na ceia do Senhor, acima de tudo, os cristãos encontram a Cristo e também uns aos outros. Além disso, essa comunhão com Cristo é a comunhão dos seus sofrimentos (Fp. 3: 10). Quando o Cristão sofre, possui, no meio da dor, a alegria de saber que está compartilhando coisas com Cristo.
7. Na vida cristã há a "koinonia" com Deus (1 Jo. 1: 3). Mas deve ser notado que aquela comunhão tem condições éticas, porque não é para aqueles que escolheram andar nas trevas (1 Jo. 1: 6).
A "koinonia" cristã é aquele vínculo que liga os cristãos uns aos outros, a Cristo e a Deus.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O Olhar de Jesus

“Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor” Mateus 9: 36.



Jesus disse que os olhos são a lâmpada do corpo (Mt. 6: 22), por eles podemos passar informações a respeito de nós, revelarmos as nossas intenções, mas também por eles podemos absorver, entender o que está a nossa volta. Mateus nos diz que o olhar de Jesus não era um mero olhar descompromissado, sem interesse, de alguém que não consegue enxergar além. Mateus nos diz que o olhar de Jesus era um exame, que lhe dava conhecimento a partir do que via. Portanto, todas as conclusões a que Jesus chegava era o resultado de um olhar profundo, daquele que via mais do que qualquer pessoa, via o interior. O verbo ver usado por Mateus vai significar em outros tempos verbais “sei por que vi”.
Diante de um olhar tão profundo todas as coisas ficam patentes, o homem é desnudado diante de sua face. Aflição, cansaço e desorientação despertam em Jesus um sentimento de compaixão, o qual significa sentir a mesma coisa. Jesus sentia a dor daquele povo porque via além do exterior. Muitos conseguem enganar os que lhes cercam, ao passar uma imagem falsa a respeito dos seus verdadeiros sentimentos. Quantos que aparentemente estão tão felizes, satisfeitos, animados, decididos, firmes num determinado propósito, mas que por dentro estão infelizes, frustrados, desanimados, indecisos, incertos etc? Só Jesus pode nos ver como realmente somos, por isso só ele pode sentir uma verdadeira compaixão, baseada em informações sólidas e verdadeiras, só ele pode nos socorrer. Ele nos oferece paz, descanso e orientação.
Assim como Jesus está disposto a nos ver e nos ajudar, assim também é necessário que nós o olhemos diferentemente. Davi disse no Salmo 34: 5 “Contemplai-o e sereis iluminados, e os vossos rostos jamais sofrerão vexame”. Que tipo de olhar tu tens tido a respeito de Jesus? Um olhar de dó? Um olhar de admiração? Um olhar de felicitação? Ou um olhar de alguém que diz: tem misericórdia de mim, pois sou o mais vil de todos os pecadores, estou afundando! Se não vemos Jesus como nosso Salvador e Senhor, jamais encontraremos nele paz, descanso e orientação.
No evangelho de Mateus 14: 30 ele nos conta a história de Pedro que experimentou algo extraordinário, olhando pra Jesus com confiança, andou sobre as águas sob a Palavra de Jesus. Contudo, num determinado momento, Pedro começa a olhar a sua volta. Um simples olhar, diferente do de Jesus, um olhar que só vê a superficialidade das coisas, um olhar sem confiança, Pedro começa a submergir. Creio que há muitos nesse momento que estão com os olhos desviados de Jesus, estão reparando o mundo e sua atração os tem feito afundar num mar de ilusões. Desorientados sem perceber, o cansaço dará lugar à aflição e aí perceberão quanto tempo foi perdido na busca por prazeres que só levam à destruição. Espero que ainda possas, como o filho pródigo, voltar aos braços de Jesus e ser restaurado pelo olhar compassivo do Senhor que tanto quer nos guiar pelas veredas da justiça por amor de seu nome.